Como já citei aqui no Blog, a minha filha possui APLV. E, mesmo insistindo no assunto em conversas com as pessoas, muitas ainda oferecem para ela produtos com proteína do leite de vaca. Muitas vezes, quando falo sobre a alergia da minha filha, algumas ainda exclamam: “Ah, é verdade, ela tem intolerância à lactose!”… E, pacientemente, esclareço que ela não é apenas alérgica à lactose – açúcar do leite, mas que ela possui alergia à todas as proteínas do leite de vaca.

E assim, vamos levando a vida… Mas, confesso que às vezes sou tomada pelo desespero! Pela aflição de saber que a minha filha não pode comer tudo o que as outras pessoas estão comendo, que ela pode ter vontade de dividir o lanche do amigo na escola e é controlada pelos professores, que ela não pode comer tudo o que passa na televisão, que ela precisa perguntar se o que ela quer comer têm leite e que essa alergia não tem data marcada para acabar.

E é justamente esse desespero, que me faz pesquisar cada dia mais sobre o assunto, e ter paciência em esclarecer as dúvidas das pessoas. Pois, afinal de contas, as pessoas não são obrigadas a se inteirar do assunto, como eu.

E, respondendo a dúvida sobre como descobrimos que a minha filha tem APLV, conto agora como foi esta descoberta em etapas:

Com 1 mês:

A primeira reação alérgica evidente que a minha filha apresentou (citada brevemente no post Leite de Soja), foi quando ela tinha apenas 1 mês de vida.

Durante a consulta com o pediatra, o mesmo indicou que eu complementasse a amamentação dela com a fórmula infantil NAN. E, logo no início da introdução da fórmula, a minha filha acordou completamente empolada. Assim, corri para o pediatra, e como ela era muito nova para um teste de alergia, o mesmo supôs que ela teria intolerância à lactose, e indicou que trocássemos o NAN pela fórmula infantil especial à base de soja.

Com 3 meses:

Quando a minha filha completou 3 meses, introduzimos outros alimentos em sua dieta, incluindo aqueles que poderiam ter lactose ou proteína do leite. Na época, não fomos orientados a restringi-la de qualquer alimento.

Como a manifestação da sua alergia havia ocorrido na pele, desconhecíamos o fato de que ela poderia apresentar reações no sistema respiratório. Nesse período, a minha filha teve Broncopneumonia. Este primeiro problema respiratório poderia ter a alguma relação com a APLV? Não sabemos responder.

Com 1 ano:

O pediatra recomendou que efetivássemos a introdução da lactose através do leite de vaca assim que a minha filha completasse um ano de vida, e observássemos a reação do seu organismo. Contudo, mudamos o seu leite para o Ninho, e nada foi observado que evidenciasse a sua alergia.

Neste mesmo período, observei que ao oferecer o Sustagem Kids, a minha filha sempre apresentava náuseas e vômito, fazendo com que não mais oferecêssemos este complemento alimentar infantil para ela. Com certeza, esta também foi uma reação do seu organismo, mas não tínhamos conhecimento suficiente para identificarmos a alergia.

E, como meu marido e eu temos rinite desde crianças, tratamos este problema que ela também vinha apresentando, como um fato isolado. Em nenhum momento relacionamos este problema também com a APLV.

Com 3 anos:

Foram realizados diversos tratamentos para a rinite alérgica, e para os problemas respiratórios que ela vinha apresentando. Inclusive, a matriculamos na natação para melhora do seu sistema respiratório.

Foi neste período que a minha filha apresentou a segunda – e principal – reação alérgica evidente. Em um final de semana de maio deste ano, percebi que a minha filha estava bastante quieta e sentindo sono mais que o normal. E percebi isso, pois ela foi dormir às 20h00 em um sábado, o que é bastante incomum na nossa rotina, pois normalmente ela é bastante agitada e dorme por volta das 23h00.

No domingo, a minha filha começou a tossir. E, como percebi que a tosse estava aumentando gradativamente, passamos a medicá-la com um xarope para a tosse que o pediatra dela indicou na última consulta. E depois de 2 dias e meio da administração do xarope, ela empolou novamente.

Corri para o Pronto Socorro, e ela foi medicada para inibir a alergia. De acordo com a médica, ela apresentou alergia ao corante do xarope. Questionei sobre a tosse, e a médica informou que o remédio da alergia inibiria também a tosse.

No dia seguinte, feriado, estava esperando que a minha filha acordasse para medicá-la conforme orientação médica. Mas, quando ela acordou e fui trocá-la, percebi que ela estava novamente com manchas vermelhas pelo corpo.

Corri novamente para o Pronto Socorro, e lá a médica nos informou que se eu já a tivesse medicado, ela não teria empolado novamente. E, desta vez, insisti muito quanto à tosse que a minha filha vinha apresentando. No mesmo Pronto Socorro foi tirado um raio-X do seu pulmão, e foi descoberta uma pneumonia silenciosa.

A minha filha ficou internada durante 6 dias para tratamento da pneumonia. E, entre os diversos exames que a minha filha fez no Hospital, em nenhum momento foi pedido um exame chamado teste RAST (teste de IgE específico que permite confirmar qual é o provável alérgeno responsável pelas manifestações alérgicas do paciente).

Sim, a pneumonia foi uma reação à sua Alergia à Proteína do Leite de Vaca.

Durante a alta da minha filha, fomos orientados a usar a medicação receitada, e após o período de 40 dias, retornar com um médico pneumologista.

E assim foi feito, e no retorno com o pneumologista, foram pedidos diversos exames. Entre eles, foi feito o teste RAST, e assim, foi diagnosticada a APLV.

Tratamento:

O tratamento indicado pelo pneumologista foi a dieta de exclusão do leite de vaca e o medicamento Singular Baby para tratamento das suas reações alérgicas (problemas no sintoma respiratório).

E agora, por indicação do pneumologista, iniciamos também um tratamento a base de vacina alergênica manipulada, com doses diárias. São duas doses da vacina, a primeira 15 minutos antes da primeira refeição do dia, e a outra, 15 minutos após a última refeição do dia.

Assim, prosseguirei com o tratamento, e concentrarei todas as minhas forças para fazer com que a minha filha sinta o mínimo possível a sua Alergia à Proteína do Leite de Vaca, até que ela seja abençoada com a cura desta alergia.

Um abraço, Mari.

Com a dieta de restrição à proteína do leite de vaca que a minha filha faz, precisamos sempre criar uma combinação de itens para seu lanche escolar de forma que ela não enjoe de algum produto, e de forma a aproximar seu lanche dos demais amiguinhos.

Esta tarefa não é fácil, e na tentativa de ajudar alguma mamãe com a mesma necessidade, deixo aqui uma sugestão de lanche escolar.

A lista não foi criada por uma nutricionista, a lista foi baseada no lanche levado pela minha filha durante uma semana em período escolar.

Segunda-feira
Bebida de soja com suco
Papinha Nestlé de fruta sem leite
Bolacha Pit Stop

Terça-feira
Bebida de soja com suco
Bolo caseiro de cenoura sem leite
Iogurte a base de soja

Quarta-feira
Bebida de soja com suco
Maça
Snacks de Soja Sabor Ervas Finas

Quinta-feira
Bebida de soja com suco
Banana
Bolachas Trakinas

Sexta-feira
Bebida de soja com suco
Chikenitos Seara Turma da Mônica
Chocolate de soja

A minha filha está com 3 anos e meio, e toma o lanche na escola às 9h00.

Espero ter ajudado!

Um abraço, Mari.

Leite de soja

8 de Agosto de 2013

Hoje minha filha tem 3 anos e meio, e antes mesmo do seu nascimento, me preocupava com a questão da amamentação, e com a questão do sono do bebê. Assim, me baseei no livro Nana nenê (Gary, Anne Mary Enzo) para regular sua amamentação e o seu sono. A leitura do livro foi recomendada por uma amiga, com a qual o esquema deu super certo! Nunca deixei a minha filha chorar até adormecer, mas segui a recomendação de amamentá-la de 3 em 3 horas, e colocá-la para dormir em seu próprio quarto com 40 dias.

Com apenas 40 dias, a minha filha dormiu tranquilamente em seu quarto, e eu pude ter uma noite de sono mais completa. Mas, em relação à amamentação, hoje eu faria diferente, e eu a amamentaria sob livre demanda.

Quando minha filha completou apenas 1 mês, meu marido e eu notávamos que após amamentá-la, ela chorava muito. E inexperientes, não sabíamos mais onde corríamos ou quem escutar. A solução foi correr para o pediatra. Chegando ao pediatra, contei o que estava acontecendo, e disse que ela tinha muitas cólicas. O pediatra me perguntou como eu sabia que ela tinha muitas cólicas, e expliquei que ela chorava muito após amamentá-la. E contei que para solucionar o problema, colocávamos Funchicórea (medicamento com registro cancelado pela ANVISA) na chupeta, e ela chupava a chupeta com muita força. E foi quando ele concluiu que ela não tinha cólica, tinha fome! Meu mundo caiu sobre a minha cabeça! E foi nesse momento que experimentamos a fórmula infantil NAN. A indicação foi oferecer apenas 10 ml de leite em pó, após as mamadas. E com isso, a minha filha voltou a pegar peso e a dormir tranquilamente após mamar.

Mas, poucos dias após a introdução do NAN em sua alimentação, ela acordou completamente empolada. Pezinhos e mãozinhas inchadas e vermelhas. Corremos novamente para o pediatra, e como ela era muito nova para um teste de alergia, o mesmo supôs que ela era alérgica à lactose, e nos orientou a complementarmos a sua amamentação com fórmula infantil especial a base de soja. E a fórmula escolhida foi o Aptamil Soja 1, da Danone.

Aptamil 1 Soja

Completei a mamada da minha filha com esta fórmula até os dois meses, quando meu leite secou completamente. E, a partir daí, passei a alimentá-la exclusivamente com a fórmula até a introdução de frutas e outros alimentos. Com esta fórmula, minha filha nunca apresentou cólica ou reações alérgicas.

Assim que a minha filha completou 3 meses, introduzi outros alimentos em sua dieta, e essa introdução foi sem restrição, ou seja, ela passou a se alimentar, inclusive, de alimentos com lactose. E, sem orientações, não observamos reações supostamente alérgicas em seu organismo.

Foram 11 meses de compra desta fórmula, e 11 meses de procura pelo melhor preço. Quando minha filha completou aproximadamente 8 meses, descobri que podíamos obter a fórmula infantil especial através de um programa do governo. Mas, nunca demos continuidade no preenchimento da ficha de avaliação para isso. Mais informações sobre a ajuda do governo aqui.

Aos 12 meses, o pediatra da minha filha recomendou que efetivássemos a introdução da lactose através do leite de vaca e observássemos a reação do seu organismo. Com tudo, mudamos o seu leite para o Ninho, e nada foi observado que evidenciasse a sua alergia.

Recentemente, em maio de 2013, minha filha foi internada com pneumonia. Após a sua alta, diversos exames foram pedidos pelo pneumologista, e foi então detectada uma dose alta de Imunoglobulina E, um anticorpo produzido pelos alérgenos alimentares (início rápido dos sintomas: minutos a 2 horas após contato com o leite). Ou seja, a minha filha não é alérgica à lactose, e nunca deixou de ser alérgica, mas ela é, e sempre foi, alérgica ao leite de vaca.

O tratamento indicado pelo pneumologista foi a dieta de exclusão do leite de vaca e o medicamento Singular Baby para tratamento das suas reações alérgicas (em seu organismo, alergia tem causado problemas no sintoma respiratório – asma, rinite e anafilaxia).

E assim, com 3 anos, precisamos trocar o seu “leite de soja” novamente. E, após experimentarmos diversas marcas, o escolhido foi a bebida de Soja Original Naturis.

Experimentamos as bebidas de soja das marcas Ades e Yoki, mas a bebida de soja da marca Batavo foi eleita lá em casa pelo seu leve aroma e pelo seu gosto similar ao leite de vaca. Atualmente estamos felizes lá em casa com esta bebida e com o gritinho da minha filha logo que termina de tomar a mamadeira: “Mamãe, tomei tuuudo!”. 

Então, ficam as dicas de fórmulas infantis e bebidas à base de soja.

Um abraço,

Mari.

Nota 1: O Ministério da Saúde adverte: o aleitamento materno evita infecções e alergias e é recomendado até os dois anos de idade ou mais. Após os seis meses de idade continue amamentando seu filho e ofereça novos alimentos.

Nota 2: Alergia a proteína do leite de vaca é diferente de intolerância à lactose.

“Este post foi originado a partir da experiência da blogueira  com os produtos informados, não contando com incentivo financeiro para sua publicação.”