O profissional defensor do conceito de parto humanizado x planos de saúde

Neste post, quero falar sobre a atual dificuldade que as gestantes estão encontrando para realizar o pré-natal, ou seja, acompanhamento profissional afim de identificar e reduzir muitos problemas de saúde que costumam atingir a mãe e seu bebê durante o período gestacional, com médicos que defendam partos normais humanizados com cobertura pelos planos de saúde.

Há cerca de dois anos, ainda encontrávamos profissionais defensores dos conceitos de parto humanizado que aceitavam planos de saúde para cobertura da consulta médica, mas que cobravam pagamentos adicionais para fazer o acompanhamento do parto. E, acredito que a atual dificuldade deve-se principalmente por uma medida: a punição dos planos médicos pelo órgão regulador caso ocorram reclamações de pacientes sobre a cobrança de tais pagamentos adicionais.

Não sou a primeira (nem a última) que não encararia uma gestação sem a cobertura de um plano de saúde. Primeiramente, porque não confio no Sistema Único de Saúde (SUS) da minha cidade. Além disso, os exames laboratoriais, consultas médicas e internações hospitalares possuem um custo altíssimo. Porém, hoje vejo o quanto um plano de saúde tem servido apenas para a cobertura dos exames laboratoriais, importantes para identificar problemas que podem causar o parto precoce, o aborto e até trazer conseqüências mais sérias para a mãe ou para o seu bebê.

Como relatei neste post, minha filha veio ao mundo a partir de uma (desne)cesária, e na época tanto seu pré-natal quanto seu parto foi coberto pelo plano de saúde. Porém, desde que comecei a pensar sobre ter um segundo filho, tenho certeza de que na segunda vez procurarei por um atendimento durante o pré-natal que me passará a segurança necessária para me preparar para o parto normal (ou natural) humanizado.

Sobre ter um segundo filho, meu marido e eu pensamos sobre o assunto quando nos mudamos para a casa onde moramos hoje (com um quarto a mais), em 2013. Mas, rapidamente mudamos de ideia quando descobrimos a Alergia à Proteína do Leite de Vaca da nossa filha (post completo, aqui), pois preferimos primeiramente aprender a lidar com o assunto, para depois encararmos uma segunda gestação e nascimento. Em 2014 voltamos a pensar no assunto (quando escrevi o post “Sobre ter um segundo filho…“), mas fui desligada da empresa onde trabalhava e não achei que este seria o melhor momento para uma segunda gravidez.

Em 2014, quando me senti preparada para engravidar novamente, procurei pelo GAMA – Grupo de Apoio à Maternidade Ativa – para uma consultoria para o parto (atendimento individual para orientação sobre tipos de parto, indicação de maternidades e casas de parto, indicação de médicos adeptos do parto normal, uso do plano de saúde, opções para o parto humanizado, etc.). Na época, o custo do serviço foi de R$ 120,00 e recebi a indicação de três profissionais. Hoje, considero a internet uma opção excelente para a busca de indicações de profissionais. Na época, fui orientada pela doula e educadora perinatal que, se quisesse ter um parto humanizado, já deveria reservar uma quantia a partir daquele momento.

Segue abaixo uma lista de profissionais adeptos aos conceitos de parto humanizado da cidade de São Paulo. Não liguei para todos eles, mas para todos que liguei, não mais aceitam planos de saúde.

Dra. Andréa Campos

(indicação do GAMA)

Contato: 3862-8312 / 3862-0387

Dra. Catia Chuba

(indicação do GAMA)

Contato: 5687-3799

Dra. Dolores Nishimura

(indicação do GAMA)

Contato: 99826-7551

Dr. Alberto Jorge Guimarães

Contato: 3672-7006

Dr. Newton Tomio Myiashita

Contato: 3285-6929

Dra. Betina Bittar

Contato: 98445-7520

Dra. Deborah Klimke

Contato: 5535-0720 / 5096-7336

Dra. Andrea Silveira de Queiroz Campos

Contato: 5579-1051

Dr. Cláudio Basbaum / Dra. Vanessa Gozzo Sécula

Contato: 6256-9521 / 3848-9492

Dra. Fernanda Cristina

Contato: 3168-5543

Dr. Jorge Kuhn

Contato: 5579-1051 / 5579-3168

Dra. Catia Cristine Chuba da Silva

Contato:  9668-3777

Dr. Marcos Tadeu Garcia

Contato: 5579-0910 / 5572-1112

Dr.Walter Canoas

Contato: 3031-9280

Dra. Betina Bittar

Contato: 2309-8666

Dra. Débora Klimke

Contato: 5041-7423

Dra. Carolina Holfmeister

Contato: 3071-2603

Outros locais onde encontrar profissionais defensores dos conceitos de parto humanizado:

Casa Curumim

Clínica Tobias

Casa Moara

Parto sem Medo

 

Possui indicação de um profissional defensor do conceito de parto humanizado? Conte para a gente enviando seu e-mail para contato@desafiomamae.com.br.

 

Um abraço,

Mari.

Meu tipo sanguíneo é AB com fator Rh negativo, por isso, quando grávida da Maria Eduarda, gostaria de saber qual o fator Rh do meu marido para verificar a necessidade de tomar a vacina com uma substância chamada imunoglobulina anti-D. Esta vacina é necessária quando a mãe for Rh negativo e o bebê for Rh positivo, pois se o sangue do bebê entrar na corrente sanguínea da mãe, seu sistema imunológico pode reagir como se o bebê fosse um “invasor”, e produzir anticorpos contra ele. Este fenômeno, conhecido como “sensibilização”, embora normalmente não cause problemas numa primeira gravidez, podem atravessar a placenta numa próxima gravidez e atacar as células do sangue do bebê (caso o próximo bebê seja Rh positivo como o primeiro), provocando o que chamamos de doença hemolítica perinatal ou eritroblastose fetal (anemia, icterícia ou, em casos mais graves, insuficiência cardíaca ou hepática na criança).

O sangue do bebê pode se misturar com o da mãe em determinadas circunstâncias, como em caso de forte impacto na barriga durante a gravidez. Durante o parto, é muito provável que o sangue da mãe e o do bebê entrem em contato, especialmente em caso de cesariana, num parto normal difícil ou de remoção manual da placenta. Por isso, quando a mãe for Rh negativo, deve-se tomar esta espécie de vacina para evitar a presença dos anticorpos anti-Rh, uma vez que, caso a mãe produza os anticorpos uma vez, eles permanecerão para sempre no seu sangue.

Agora, se você está gestante, possui Rh negativo e está se perguntando se tomou a tal vacina, é possível verificar a presença de anticorpos através de exame de sangue no início da gravidez e em um novo exame por volta de 28 semanas. Se forem detectados anticorpos, sua gestação será monitorada para detectar possíveis sinais de anemia no bebê e você não receberá a vacina, porque ela só tem utilidade para evitar a fabricação de anticorpos, não destruindo os que já existam.

Logo depois do nascimento, é realizado um exame de sangue no bebê para determinar o tipo sanguíneo e o fator Rh. A amostra de sangue é tirada do cordão umbilical. Se o bebê for Rh positivo, você receberá outra injeção de imunoglobulina anti-D. Ela deve ser aplicada no máximo até 72 horas após o parto para que sua resposta imunológica não seja acionada. Seu sangue também será testado logo depois do parto para detectar a presença de anticorpos. Caso sejam encontradas grandes quantidades, pode ser necessária uma dose maior de imunoglobulina anti-D. Se o bebê for Rh negativo como você, a vacina não será necessária. No caso de eritroblastose fetal já instalada, ou seja, se não tiverem sido tomados os cuidados de prevenção durante a gestação, o tratamento no bebê inclui transfusões de sangue.

Voltando à minha história, meu marido, a obstetra e eu precisávamos conhecer o fator Rh do meu marido para termos certeza da necessidade da vacina. Assim, meu marido e eu nos dirigimos à um dos Hemocentros de São Paulo afim de que ele doasse sangue e, de quebra, conhecesse seu tipo sanguíneo e fator Rh, mesmo sabendo que ele possui sentimentos súbitos de medo e/ou ansiedade ao tirar sangue. Ele tentou, mas o sentimento foi tão forte que ele teve princípio de convulsão. Contudo, até hoje não descobrirmos qual o fator Rh do meu marido e por isso não pudemos prever qual seria o fator Rh da minha filha. O tipo sanguíneo da minha filha é B, fator Rh negativo, o que nos trouxe duas certezas:

  1. Meu sistema imunológico não produziu anticorpos anti-Rh;
  2. Meu marido possui qualquer um dos tipos sanguíneos (O, A, B ou AB) e qualquer um dos fatores Rh;

Se você conhece seu tipo sanguíneo e fator Rh e do seu companheiro, pode prever com mais facilidade o tipo sanguíneo e fator o Rh do seu filho(a) usando as tabelas abaixo:

RH negativo e gravidez

RH negativo e gravidez

Fontes: Baby Center Brasil e Diário de Biologia

Um abraço,

Mari.

O relato de parto natural humanizado hospitalar da nossa Colaboradora Samantha Neublum, de São Paulo, mamãe da Valentina:

“Antes meu sonho era que no dia do meu parto estivesse em um hospital famoso de São Paulo, com muita gente me esperando e me assistindo atrás do vidro da sala de parto, isso para mim era demais até que… Comecei a conhecer mais sobre outros tipos de parto. Graças a uma amiga de anos, que começou a me marcar em diversos vídeos e relatos de parto humanizado no Facebook. Simplesmente me apaixonei por esse mundo!!!

Foi difícil manter isso até o final, pois as pessoas me assustavam, riam da minha cara, como se absurdo fosse fazer um parto natural, mas cada vez mais estava mergulhada nisso e não tinha ninguém que pudesse me tirar.

Após assistir “O Renascimento do Parto” com minha irmã (que foi uma das pessoas que mais me apoiou, Graças a Deus), vi que era exatamente isso que eu queria para minha nova família.

Troquei de obstetra, já que o meu anterior era fofinho (rs), e com 27 semanas conheci o Dr. Alberto indicado por uma amiga. Na primeira consulta já senti que estava no lugar certo. O maridão já estava decidido também, começou a ler sobre e se apaixonou pela idéia.

O grande dia:

 Tudo começou às 19:22h na casa da minha mega amiga. Senti uma dorzinha diferente, levantei, andei, passou… Não comentei com ninguém, mas já abri o bloco de notas do celular e comecei a anotar: 20:07h, 20:18h, 20:45h, 21:07h. Fomos para casa.

Continuou 21:19h, 21:30h, 22:00h, 23:40h, espaços grandes, pensei que podia não ser nada.

Fui dormir, mas não conseguia. Às 2h da manhã já estavam de 10 em 10 minutos, achei melhor tentar descansar, mas estava impossível.

Às 4h da manhã já estavam com intervalos de 5 minutos, acordei meu marido que logo levantou, arrumou o café da manhã, desceu a bola, preparou a banheira para eu relaxar e ficou comigo me acalmando.

A minha linda doula Luciana Ribeiro, chegou às 8h e nos acalmou muito.

Minha irmã veio nos ver e minha mãe, que achei que me deixaria com medo porque também estava, foi com ela os melhores momentos em casa. Passou por aqui também, meu pai, que estava preocupadíssimo (rs), meus cunhados, minha sogra e minha outra irmã, todos me vendo de calcinha e gemendo a cada contração, e não me senti incomodada em momento algum, acho que porque são as pessoas mais importantes da minha vida!

13:30h à caminho do hospital, eu, doula e meu marido, nessa hora achei que pudesse ser a mais difícil, doía demais a cada farol, a cada buraco, mas chegamos rápido.

Na triagem eu já estava com 10 cm de dilatação, pensei, nossa como eu tenho sorte, só que não, pois a bolsa estava intacta e o bebê alto.

A sala de parto natural estava ocupada, fomos para uma sala comum de cesariana, mas as meninas a deixaram muito aconchegante, ar desligado, luz baixa com lenço para deixar de outra cor, banquinho, bola e etc.

O doutor chegou!

Com força atrás de força a cada contração, enfim estourou a bolsa, que molhou por inteira a Jú (obstetriz Juliana Freitas). Nessa hora fiquei animada, achei que pudesse estar no fim e já ver o rostinho da nossa princesa. Mas ainda durou mais umas 4h eu acho. É como um vídeo game, quando você acha que ficou bom, passa de fase e fica muito mais difícil.

Fomos andando para a sala de parto humanizado, com contrações no meio dos corredores. Fiquei encantada, o teto com mini lâmpadas, maca gigante, sofá, sala da banheira… Na banheira tentando relaxar entre uma contração e outra, com meu marido ao lado me ajudando a cada força, achei que não fosse mais aguentar, comecei a não ver mais ninguém, só escutava as vozes e tentava fazer tudo o que me pediam. Era eu, a Valentina, meu marido e as vozes das meninas que me acalmavam e davam força. Alí era exatamente a Partolândia!!!

O doutor me perguntou se eu queria parir na água, estava tão cansada, que não importava onde, só queria que fosse mais rápido.

Fomos para perto da maca e de cócoras com muita força e com todo o peso em meu marido que estava nas minhas costas me apoiando, a cabeça da Titi começou a aparecer. Precisei ir para o banco, pois não aguentava mais minhas pernas de tanta força que fazia.

Nesta última posição com o meu marido respirando comigo e me ajudando em todos os sentidos foi quando a Valentina coroou, ardia muito, era uma dor, uma força inexplicável, mas que era a hora, o momento de eu dar tudo de mim… Não importava a dor e nem o cansaço, eu tinha que parir minha filha. Estava me sentindo a mulher mais poderosa do mundo!

Eu nos braços do amor da minha vida, a Lú e a Jú ao lado e o Dr. Alberto no chão, isso mesmo, deitado no chão e “chamando” a Valentina “veeeeeeemmmmmmm”!!!!!

Foi assim que a Valentina nasceu, as 19:55h, direto para nossos braços, toda sujinha e escorregadia, uma sensação maravilhosa e emocionante.

Após o cordão parar de pulsar, meu marido o cortou.

Já na maca para parir a placenta, ainda com contrações, a minha filha já foi colocada em meus seios e pegou deliciosamente.

Após o parto, tive uma hemorragia, pois meu útero não contraía, enquanto todos trabalhavam para que eu melhorasse, só conseguia ver meu marido com a nossa filha nos braços durante todo o tempo que estávamos lá.

Foi a vivência mais importante da minha vida, me senti viva, capaz, poderosa, uma Índia, um animal, descobri na verdade que eu sou Foda!!!

Como não se emocionar e não querer viver esta experiência?

Um abraço,

Mari.