Dieta hipoalergênica da mamãe durante o aleitamento materno

5 de Março de 2014

Como vocês sabem, a minha filha possui APLV. E, como contei no post “A descoberta da Alergia à Proteína do Leite de Vaca – APLV“, tive o diagnóstico confirmado quando ela já estava com 3 anos. Porém, em algumas situações de suspeita de APLV, recomenda-se uma dieta hipoalergênica para a mamãe.

Em consulta com o pneumonologista da minha filha, o qual descobriu a sua alergia, fui informada que, caso eu queira ter outro bebê, é recomendado que eu faça a dieta de exclusão ao leite de vaca durante a gestação e durante o período de amamentação para que o nosso próximo filho somente venha a ter contato com a proteína do leite de vaca com 1 ano de idade, uma vez que a probabilidade do nosso próximo bebê ter a mesma alergia é grande.

Esta dieta não é fácil, pois quando existe a suspeita de alergia alimentar na criança muitos desestimulam a amamentação, quando na verdade a amamentação deveria ser incentivada.

A dieta hipoalergênica da mamãe consiste em não consumir nenhum alimento que contenha o(s) alérgeno(s) em questão ou mesmo traços deste. No caso da APLV, a mamãe não deve consumir nenhum alimento com proteína do leite de vaca, nem mesmo com traços de leite. Para mais detalhes sobre o que são os traços de leite, clique aqui.

E hoje, trago exemplos de mamães que tem se esforçado e conseguido amamentar o seu bebê fazendo a dieta hipoalergênica. Os depoimentos abaixo foram obtidos através do grupo Tips4APLV do Facebook.

A mamãe Camila fez a dieta hipoalergênica por 7 meses, com reintrodução dos alimentos que contém os alérgenos por mais 3 meses. Ao todo já são 10 meses de amamentação.

O bebê da mamãe Alessandra Cristina está com 10 meses, e ela ainda amamenta fazendo a dieta hipoalergênica.

A mamãe Cleydione completará um ano de dieta hipoalergênica, sem consumir alimentos com proteína do leite de vaca e soja. Seu filho, com 1 ano e 5 meses, só mama leite materno e ela já tentou dar fórmula hidrolisada temendo que o leite materno não fosse suficiente, mas viu que não precisa ter medo, e dá a dica de focar na dieta e na alimentação do bebê. A mamãe nos conta que quando começou a dieta foi uma tortura, não sabia nada, foi tudo aprendido com a prática. Os grupos do Facebook a ajudaram muito, não sabia cozinhar bem e aprendeu na marra. Ela largou seu emprego pra ficar com o bebê e focou apenas na amamentação. E foi assim que o seu bebê estabilizou.

Daniara fez 30 meses de dieta hipoalergênica.

O bebê da mamãe Luana tem 1 ano e 4 meses e ela faz a dieta hipoalergênica a 1 ano, amamentando exclusivamente. Seu bebê também come comida e está há um ano sem reações. Sua filha também foi APLV e foi curada com 4 anos de idade.

A mamãe Priscilla amamentou durante 25 meses e fez a dieta hipoalergênica por cerca de 22 meses.

A mamãe Mariana fez a dieta hipoalergênica por 12 meses.

A mamãe Clarissa amamentou até os 4 meses fazendo a dieta hipoalergênica e nos conta que o gastro a desencorajou a continuar. Sua vontade era de amamentar durante mais tempo e acredita que se fosse encorajada teria conseguido.

A mamãe Melissa amamentou durante 30 meses fazendo a dieta hipoalergênica.

A mamãe Meire amamentou o Caio até os 2 anos e 4 meses fazendo a dieta de exclusão à proteína do leite de vaca, incluindo derivados e traços. Hoje o Caio tem 3 anos.

A mamãe Lucila conta que amamentou a filha mais velha até os 2 anos e que tem a intenção de manter a amamentação da filha mais nova, com APLV, até a mesma idade. Hoje a sua filha mais nova está com 10 meses. Lucila faz a dieta hipoalergênica para manter a amamentação do bebê trabalhando durante o dia todo. Para isso, leva marmita e frutas para o trabalho.

A mamãe Mayra amamentou seu primeiro filho até os 9 meses que só parou de mamar por conta própria. O seu segundo filho, com 5 meses, parou de mamar aos 3 meses, pois não conseguiu manter a dieta hipoalergênica devido a sua rotina de trabalho.

Fernanda ainda amamenta o seu bebê com 2 anos e 7 meses. E diz que há pouco mais de 1 mês introduziu leite de vaca em sua dieta, mas que mantêm a dieta hipoalergênica com exclusão de ovo, milho e oleaginosas. Além da alergia ao leite de vaca, seu bebê tem alergia a outros alimentos.

A mamãe Darcy amamentou sua filha Isabel fazendo a dieta hipoalergênica há 15 meses. Sua dieta consistia em restrição de alimentos com leite de vaca, soja e ovo. Há 1 mês introduziu o leite de vaca em sua dieta, mas mantêm a restrição para alimentos com ovo e soja. Sua intenção é amamentar o seu bebê até os 2 anos de idade. Além da alergia ao leite de vaca, seu bebê também tem alergia a outros alimentos.

A mamãe Camila está grávida e fazendo a dieta hipoalergênica para amamentar o seu primeiro filho. Sua G.O. a incentivou a amamentar os 2 bebês, e a assim o fará.

A mamãe Ana Paula conta das dificuldades em fazer a dieta hipoalergênica, e orgulha-se por conseguir amamentar o seu bebê por 3 anos e 4 meses.

A mamãe Marilia amamentou durante 14 meses e fez a dieta hipoalergênica por 17 meses. E conta que a minha pergunta no grupo Tips4APLV do Facebook rendeu um post em seu Blog “Amargo que te torno Doce”. Para acessá-lo, clique aqui!

Todos os depoimentos dessas mamães nos encorajam a fazer a dieta de restrição para o período da gravidez e amamentação. Os depoimentos considerados foram enviados até o dia 04 de janeiro de 2014. Obrigada mamães pelos histórias inspiradoras!

Um abraço, Mari.

8 comentários

  1. Mylla Melo

    Tem três dias que estou em lágrimas. Não por terem as reações do João Miguel, meu bebê APLV piorado; não pioraram. Mas não melhoraram, também. Meu choro é por ter decidido, há dois meses, mudar a alimentação do João, que até então era exclusiva LM, para as famosas fórmulas. A princípio, parecia que havia sido a melhor escolha. Porém, o tempo foi passando e meu sentimento de culpa aumentando. Eu deveria ter insistido na dieta restritiva, pois, quem primeiro desconfiou que ele era APLV, fui eu. Era eu comer um bolo, um docinho de festa, um iogurte caseiro e o João, que desde o meu primeiro copo de leite com café, ainda no hospital, após o nascimento dele, e ele chorava intensamente, curvando-se para trás, gritando… E foram 4 meses desse desespero. À noite ele dormia, mas durante o dia, quando muito seu sono durava 15 minutos. No resto do tempo, era um choro só… E eu me desesperando cada vez mais… Então, fragilizada, a gente ouve opinião daqui, conselho dali. Desisti de amamentá-lo. Chorei demais; ele chorou demais. Grudava em mim quando eu o pegava e procurava o peito. E eu, magnânima que só, mantive-me firme.

    Não foi um experiência agradável. Não o foi pra mim; muito menos pra ele. Sofremos os dois. E eu conversava com a pediatra, que já havia solicitado junto à Secretaria de Estado da Saúde do DF, atendimento com um gastropediatra desde o segundo mês de vida dele. Até hoje não obtive resposta do pedido. E no dia que procurei no posto de saúde onde ele é acompanhado como andava o processo dele, ouvi da pessoa responsável por inserir na Regulação que ainda não havia incluído, pois tem muitos pedido para serem incluídos e não havia dado tempo. Fazia dois meses da solicitação da pediatra.

    Resultado? Mesmo sem poder, financeiramente falando, busquei na internet por centros de referência em Gastropediatria no DF e fui atrás. Estamos acompanhando ele.

    Mas minha dor continuou, mesmo buscando tudo ao meu alcance para minimizar a dor dele.

    João tem uma reação muito diferente quando termina a mamadeira: ele a segura com uma força incrível, que fica difícil retirá-la de suas mãozinhas. Acredito que seja a falta do conforto do peito…

    Então, após os resultados dos primeiros exames, onde ficou provado APLV e refluxo grave, continuei minhas pesquisas na internet. LEio tudo e filtro o que leio. Aperta daqui, estica dali. decidi pelo realeitamento – técnica para voltar a amamentar o bebê no seio. Ainda não iniciei, pois estou promovendo uma limpeza do meu organismo antes de voltar a dar do meu leite a ele. Semana que vem, após passar pela gastro, iniciarei o processo de realeitamento.

    Estou muito esperançosa nisso e decidida a fazer qualquer sacrifício para ver meu filho bem.

    João é meu quarto filho, Tenho a Uly, com 21; a Ananda, com 16, a Brida com 12. Nenhuma delas apresentou APLV. Porém, repensando, talvez tenham apresentado e não foi diagnosticado. Uly chorou até os 6 meses de uma cólica interminável. Eu a amamentei até um ano. Brida teve refluxo, mas não sofria. João teve de tudo, desde cólicas horrendas, até olhos coçando, passando por muitas dermatites atópicas.

    Volto, na próxima semana, pra contar como estará sendo o processo de realeitamento dele.

    Um Abraço a Todos.

    • Mari Marchesin

      Olá Mylla, boa noite!

      Li o seu relato e sofri junto com você ao saber sobre o desmame precoce e as angústias que a APLV traz. Só quem tem um filho com APLV sabe o que é. Mas, tenha fé em Deus que tudo dará certo, seja através do realeitamento, seja através da dieta de exclusão ao leite de vaca.
      Quando descobri a APLV da minha filha também procurei por informações na net e foi a falta delas que me inspirou a criar o Blog Desafio Mamãe.
      O começo é difícil, a conscientização dos familiares, o controle dos sintomas, a procura por atendimento. Mas, hoje temos muitas opções de produtos no mercado e as conversas com outras mães de alérgicos são enriquecedoras.
      Torço, de verdade, para que o realeitamento dê certo. Conte com o Blog para obter mais informações sobre esta alergia através da nossa experiência.
      Estarei aqui, de dedos cruzados, aguardando mais informações sobre a sua história.
      Um grande abraço, Mari.

  2. Fabiane

    Mylla – meu abraço apertado em você – vai dar certo – um beijo grande…

  3. Debora

    Ola, esse grupo Tips4APLV nao existe mais?

    • Mari Marchesin

      Olá Debora,
      Infelizmente os participantes deste grupo foram reduzidos e depois se tornou oculto. Não mais consegui acessá-lo. Uma pena!
      Continue acompanhando a nossa história através do Blog Desafio Mamãe.
      Um abraço,
      Mari.

  4. Grace

    Você pode mostrar como é a sua dieta?

    • Mari Marchesin

      Olá Grace,
      Quando descobri a APLV da minha filha ela já tinha 3 anos e eu não a amamentava. Quando minha segunda filha nasceu, o pediatra pediu que não fizesse a dieta pois não tínhamos comprovação nenhuma de que ela também tinha tal alergia.
      Continue acompanhando a nossa história através do Blog Desafio Mamãe.
      Um abraço,
      Mari.

  5. Sou avó de um bebê de três meses que pelos sintomas e falta de experiência de todos nós que achava que o choro intenso dele era para mandar e sono e cólicas que todo bebê tem não chegamos logo .Nem a pediatra quando falamos que tinha risco de sangue na fraldas foi feito exames laboratoriais deu sangue oculto não acusou bactérias . Nosso bebê continua vá chorando a gastro estava marcada para julho diante de um sangue maior agora em junho foi socorrido no hospital a noite sem perder tempo assim que expeliu nas fezes .Foi feita ultrason deu invaginação intestinal que foi revertida na mesma noite.Dai a pediatra mandou a mãe que amamenta excluir o leite e derivados da dieta dela . Acredito como não deu para limpar o organismo dela ele ainda continuou a colocar risco de sangue . Foi antecipada a gastro que orientou a mãe a cumprir a risca a dieta pq o bebê recusa a fórmula neocate para ela continuar amamentar que não tinha deixado embora a pediatra pediu por um tempo mas a gastro falou pra n deixar apenas seguir a risca vê observar.Nosso bebê não mostrou nenhum sintomas de vômito,febre,glanglio inchado, erupção na pele, abdômen inchado e nem diarreia braba.Apenas riscos de sangue nas fezes e piorou com a e piorou com a vacina rotavírus tanto q ele n vai tomar o reforço dos quatro meses.Estamos na luta .Com a graça de Deus ele irá ficar bom e todas as crianças que estão passando por isto.

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