A luta contra a APLV na maternidade

22 de Junho de 2016

Para quem está nos conhecendo agora, o Blog Desafio Mamãe surgiu após a descoberta da alergia à proteína do leite de vaca da minha filha mais velha, quando ela tinha 3 anos (há 3 anos). A partir daí, decidi compartilhar informações sobre esta alergia no intuito de ajudar pais de crianças alérgicas ou pessoas alérgicas que passam pela mesma situação.

Desde que minha primeira filha iniciou a dieta isenta de alimentos que possuem proteínas do leite de vaca, mergulhei de cabeça no mundo da APLV afim de conhecer não só alimentos permitidos na dieta, mas informações mais detalhadas sobre tal alergia.

E, nesta jornada de conhecimento, aprendi que além do parto vaginal reduzir as chances de alergias, aprendi também que a exposição precoce às proteínas do leite de vaca pode causar a APLV. Por isso, desta vez, minha luta contra a APLV começou cedo, durante a gestação da Maria Júlia, ao escolher a equipe para assistência ao parto, e na maternidade.

De acordo com o site Alergia ao leite de vaca, a oferta precoce de leite de vaca para bebês, principalmente nos primeiros dias de vida, aumenta as chances de a criança desenvolver APLV, pois os órgãos do trato digestório ainda não estão prontos e a criança poderá ter dificuldade em digeri-lo, absorvendo suas proteínas inteiras, antes de serem digeridas até peptídeos e aminoácidos.

O sistema de defesa do bebê, que também está em fase de maturação, pode confundir a proteína do leite de vaca com algo nocivo e começar a reagir, desencadeando a alergia.

Quando minha primeira filha nasceu, desconhecia que a maternidade poderia ofertar fórmula infantil para o recém-nascido. E, caso fosse informada, sem conhecer a APLV, não os impediria de fazê-lo. Contudo, no nascimento da Maria Júlia, implorei para que a fórmula infantil não fosse administrada à ela.

Ao entrar no centro cirúrgico, perguntei quanto tempo minha filha recém-nascida ficaria no berçário e pedi para a enfermeira que a fórmula infantil não fosse administrada ao bebê. Ao levarem minha filha do centro cirúrgico, pedi novamente que a fórmula infantil não fosse administrada ao bebê – neste momento a enfermeira disse que colocaria um bilhete bem grande no berçário com esta informação e foi aí que tive a absoluta certeza de que é administrada fórmula infantil à todos os recém-nascidos (Perceberam a gravidade do problema?). Passei a mesma informação para outra enfermeira na sala de recuperação e percebi que somente eu recebi o bebê ainda na sala de recuperação para amamentá-lo, e ao trazê-lo a enfermeira disse: “É a sua filha que não pode beber leite, né?”. Aliviada, respondi que sim. Sempre que pedia para não administrarem a fórmula infantil à ela, explicava que a minha primeira filha é alérgica à proteína do leite de vaca e que a chance da minha segunda filha ter a mesma alergia é alta.

Ao ser levada da sala de recuperação para o quarto, pedia sempre para que deixassem minha filha comigo. Durante a primeira noite, a levaram por 3 horas para o que chamam de avaliação do bebê. No segundo dia, foi dado o banho demonstrativo (banho na presença dos pais). Na segunda noite, minha filha dormia ao meu lado quando vieram buscá-la novamente. Questionei firmemente porque tinham de levá-la, uma vez que não queria acordar o meu bebê, e a enfermeira respondeu que seriam 3 horas para a tal avaliação. Muito irritada, pedi que descrevesse tais avaliações, e que se precisasse assinar algum termo de responsabilidade para não tirar meu bebê dali, assinaria. A enfermeira contou que seriam feitos alguns exames, além de pesarem e dar banho no bebê. Eu insistia para que não a levassem porque pela câmera instalada no berçário com imagens no meu quarto, via que minha filha ficava extremamente nervosa e que não parava de chorar por um minuto. E, como meu quarto era exatamente o quarto ao lado do berçário, podia identificar perfeitamente o seu choro. Ainda irritada, perguntei porque dariam outro banho no bebê se naquele mesmo dia ela já tinha tomado banho na nossa presença, e ainda que era absurdo dar banho no bebê naquela hora. A enfermeira respondeu que eles (os bebês) não sabiam que era de madrugada e completou: “Nem a gente sabe, afinal trabalhamos no período noturno, não é mesmo?”. Pobres bebês, morri de dó de cada um deles e apenas autorizei que a levassem para pesar e fazer outras avaliações e não autorizei o banho na minha filha.

Como fui instalada bem ao lado, sempre que minha filha estava no berçário a acompanhava pelo vidro, e pude observar que outros bebês dormiam tranquilos em seus bercinhos enquanto não havia o que pudesse acalmar o meu bebê enquanto estivesse lá. Já no quarto, ela mamava e dormia tranquilamente. Seria a fórmula infantil oferecida para os outros bebês que os deixavam tão calmos no berçário? Nunca saberei a resposta.

E, porque é tão grave oferecer fórmula infantil ao recém-nascido? Além do fato do leite de vaca ser um alimento altamente alergênico, porque quanto mais a criança sugar o seio, mais estimulará o leite materno a descer.

Amamentar não é fácil, e em breve trarei informações de como tudo tem acontecido por aqui, mas até hoje, com 2 meses e 20 dias, tenho feito de tudo para evitar que minha caçula fosse precocemente exposta às tão temidas proteínas do leite de vaca.

A luta contra a APLV na maternidade

No quarto da maternidade

Encontre o meu segundo relato de parto, aqui.

Mais informações sobre a APLV, aqui.

Um abraço,

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