Agosto Dourado

12 de Agosto de 2020

Desde o dia primeiro de agosto, temos visto em programas de TV e redes sociais todo mundo falando sobre amamentação. Isso se deve pelo mês ser dedicado ao incentivo da amamentação e é por isso que ele é conhecido como Agosto Dourado.

Crédito da imagem: Freepik

No post de hoje, conto com a contribuição da consultora em aleitamento materno Fernanda Galli para tratarmos do assunto e é ela quem vai nos explicar sobre o tema deste ano “Apoie o Aleitamento materno por um planeta saudável”.

Especialistas afirmam que o fato da mãe amamentar reduz recursos naturais que seriam necessários para a produção, embalagem, distribuição e preparação de fórmulas infantis.

Esta campanha foi criada no intuito de conscientizar a importância da amamentação. A ideia é fazer barulho e movimentar as redes sociais para que juntas possamos mudar a cultura da amamentação e consequentemente tenhamos menos desmame precoce.

Para que essas coisas comecem a mudar, muita coisa precisa acontecer, na maior parte das vezes não obtemos o apoio que realmente precisamos para uma amamentação prolongada.

E, a consultora em amamentação expõe lindamente os pontos defendidos nesta luta que é o incentivo à amamentação.

A amamentação não é somente sobre a mãe.

Do que adianta ser a favor da amamentação e não promover o contato pele a pele na 1ª hora de vida do bebê? Do que adianta ser a favor da amamentação se não temos profissionais capacitados para ajudar as mães dentro das maternidades? Inclusive, muitos profissionais de saúde acabam deixando as mães inseguras, fazendo indicações de bico de silicone sem necessidade, uso de chupeta, prescrição de fórmula de forma abusiva e a ofertar leite em mamadeira. É triste este cenário, mas muitas mães recebem informações erradas de profissionais de saúde dentro dos hospitais ou pelos profissionais de saúde como pediatras e obstetras.

Do que adianta ser a favor da amamentação prolongada se a licença maternidade dura apenas 4 meses e quando as mães voltam ao trabalho as empresas não oferecem nenhum recurso para que ela continue a amamentar? Muitas mães relatam que fazem ordenha de alívio dentro do banheiro.

De que adianta ser a favor da amamentação se as creches e escolas não aceitam o leite materno e não aceitam oferecer o leite no copinho?

O meu conselho é: antes de ter seu bebê, esteja bem orientada, com informações atualizadas, para que pessoas não minem sua confiança. Pois, depois que seu bebê nascer, você vai estar totalmente vulnerável e qualquer opinião poderá abalar seu coração.

É preciso muito mais do que querer amamentar.

E se, por acaso, você não conseguiu ou encontrou dificuldades para manter a amamentação, a culpa não é sua! A culpa é de um sistema e de uma cultura que precisa ser mudada a qualquer custo.

Obrigada Fernanda Galli, por escrever um texto que não fala sobre os benefícios da amamentação ou sobre o vínculo entre mamãe e bebê promovido pela amamentação para o post Agosto Dourado do Blog Desafio Mamãe.

Precisando de apoio e acolhimento? A consultora em aleitamento materno lhe estende a mão.

WhatsApp (11) 97366-2151

Fernanda Galli nas redes sociais:

amamente_sp no Instagram | amamentesp no Facebook

Conheça a minha luta para amamentar na minha segunda experiência com a amamentação.

Um abraço,

Já falei para vocês que para mim a parte mais difícil da maternidade foi a amamentação? Senão, cometi um grande erro. Mas, se ainda não disse, tentei dizer com os posts “Desmame precoce” e “Minha segunda experiência com a amamentação”. Resumidamente, amamentei minha primeira filha por 2 e minha segunda filha por 7 meses, sendo que destes, somente 3 deles foram de amamentação exclusiva, em livre demanda. Há sempre muito o que aprendermos sobre amamentação e muitos tabus a serem quebrados. Por isso, a estreia do filme “De Peito Aberto”.

De Peito Aberto é um filme sobre aleitamento materno, um documentário de Graziela Mantoanelli que conta a história de seis mães de diferentes realidades socioculturais durante os primeiros 180 dias de vida dos seus bebês. Elas vivem o desafio de amamentar os seus filhos durante o período recomendado pela Organização Mundial de Saúde para prover aleitamento materno exclusivo. Da sala de parto, onde ocorrem as primeiras mamadas, até os seis meses de vida do bebê, quando as mães oferecem um depoimento final sobre essa jornada, o filme capta emoções, embates e questões como o papel da mulher na sociedade atual, a família em diversos modelos e configurações, a relação entre maternidade e trabalho, as políticas públicas para amamentação, os interesses privados por trás do desmame precoce, entre muitas outras questões.

Ficaram doidos(as) de vontade de assistir? Eu também! Veja onde e quando:

De 3 a 9 de outubro

​Aracajú:

Cine Vitória

Brasília:

Espaço Itaú Brasília e Cine Brasília

Curitiba:

Espaço Itaú Curitiba

Palmas:

Cine Cultura Palmas

Porto Alegre:

Espaço Itaú Porto Alegre

Rio de Janeiro:

Estação Net Botafogo

Volta Redonda:

Cine Gacemss

Salvador:

Espaço Itaú Salvador

São Paulo:

Espaço Itaú Pompeia, Lasar Seagal e Cinearte (com sessão para professores cadastrados)

​Confira as sessões CineMaterna aqui.

Um abraço,

A maternidade, fase em que tudo passa a ter um novo sentido e com ela também se dá a amamentação, momento em que se estreitam os laços entre mães e filhos e que se torna um momento muito especial. Mas qual a relação da fonoaudiologia com a amamentação? Muita gente me pergunta: o que você, como fonoaudióloga  pode fazer pelas mães e bebês com dificuldades para amamentar? A fonoaudiologia pode ajudar muito na maternidade ou depois que a família já está em casa. Na maternidade, o fonoaudiólogo normalmente compõe a equipe multidisciplinar que assiste mães e bebês nos primeiros dias e pode ajudar encontrando posições confortáveis durante a mamada, ajustando a pega e permitindo, dessa forma, uma boa ordenha do seio, além de evitar fissuras e mamadas ineficientes. Além disso, para os bebês com dificuldades, o fonoaudiólogo com experiência na área neonatal é o profissional mais habilitado na avaliação do sistema motor oral do bebê (língua, lábios, palato, bochecha, sucção nutritiva e não nutritiva, etc.) – o que permite a identificação precoce de possíveis padrões alterados. Dessa forma, junto à mãe, pode-se planejar estratégias e propor exercícios que favoreçam a adequação desses padrões.

A fonoaudióloga também é a profissional responsável por realizar o teste da linguinha, que verifica se o bebê tem a língua presa. É um exame feito no recém-nascido para identificar alterações no frênulo, uma pequena membrana que fica embaixo da língua e a conecta com o assoalho da boca. No caso dos recém-nascidos, a amamentação pode ser prejudicada, já que afeta a sucção e tem sido uma das maiores causas do desmame precoce.

Amamentação: o que a Fonoaudiologia tem a ver com isso?

A amamentação e o desenvolvimento da fala

O aleitamento materno também fortalece os músculos dos lábios, boca e língua, preparando esses órgãos para o aprendizado da fala. Durante o processo de sugar o leite, a mandíbula do bebê está retraída em relação à maxila e a língua encontra-se alargada. Os movimentos de rebaixamento e elevação concomitantes durante a sucção provocarão impulsos de crescimento ósseo mandibular. Este crescimento incidi na diminuição da relação distal com a maxila, favorecendo um correto posicionamento das gengivas para a erupção dos dentes. É este processo gradativo que vai proporcionar o vedamento labial e uma postura adequada da língua.  Se o processo não se der adequadamente e se prolongarem por muito tempo, podem trazer danos na área fonoarticulatória. A língua fica em padrão anteriorizado, entre os dentes, deformando a arcada dentária, alterando a produção dos fonemas /s/, /z/, /t/, /d/, /n/ e /l/ (que podem estar sendo emitidos com a língua protruída). Portanto, a exercitação da sucção natural é um processo que contribui para o desenvolvimento da mandíbula, favorecendo o crescimento facial, bem como a musculatura orofacial estará maturando para adquirir força para mastigar e triturar sólidos, além de apresentar mobilidade de língua dentro da cavidade oral, propiciando um tono muscular adequado que influenciará positivamente na aquisição dos sons da fala.

As crianças que não mamam no peito também não terão suas necessidades de sucção satisfeitas, levando muitas vezes aos hábitos viciosos como sugar dedo(s) ou chupeta.

Aqui vão algumas dicas para que a amamentação ocorra com prazer e afeto

  • A mãe pode escolher a posição para amamentar, desde que o bebê esteja inteiramente de frente para ela e bem próximo, com a barriga encostada no seu corpo. É importante que os dois se sintam confortáveis;
  • A posição de amamentar deitada é aceita, desde que o braço da mãe seja o suporte para apoiar o bebê e a outra mão ajude na pega do seio;
  • Deve-se ter cuidado com o pescoço e com a coluna do bebê. A cabeça e a coluna precisam estar alinhadas;
  • A mãe deve aproximar a boca do bebê bem de frente ao seu peito. Para estimular o bebê a abrir bem a boca, deve-se tocar os lábios dele com o bico do peito. O lábio inferior do bebê deve ficar abaixo do bico do peito, para que ele possa abocanhar a aréola – área mais escura e arredondada do seio. O queixo do bebê precisa tocar o seio da mãe;
  • O pai e outros familiares podem e devem apoiar no momento da amamentação, ajudando no que for possível, fazendo carinho no bebê, cantando músicas ou colocando-o para arrotar.

Dados: Segundo a Unicef, Amamentar os bebês imediatamente após o nascimento pode reduzir 22% a mortalidade neonatal – aquela que acontece até o 28º dia de vida – nos países em desenvolvimento. No Brasil, do total de mortes de crianças com menos de 1 ano, 69,3% ocorrem no período neonatal e 52,6%, na primeira semana de vida.

Raquel Luzardo, fonoaudióloga, especialista em linguagem, diretora da Clínica FONOterapia, atua há mais de 16 anos em atendimento infantil, orientação familiar e assessoria escolar. Casada com o Yan e mãe do Gabriel, acredita que a comunicação é a ferramenta para as relações acontecerem de forma plena e feliz!