Aquário de São Paulo – com olhar ativista dos direitos dos animais
O Blog Desafio Mamãe foi criado em agosto de 2013 com o intuito de compartilhar resenhas de produtos para alérgicos à proteína do leite de vaca (APLV), após a descoberta da alergia da nossa filha primogênita.
Com posts diários (na época), também foram (e ainda são) assuntos do blog: gestação, nascimento, exterogestação, dicas de passeios com crianças, dicas de viagens com crianças e muitos outros assuntos relacionados ao universo infantil.
Até hoje, trouxe para o Blog Desafio Mamãe 114 dicas de passeios com crianças, entre eles, relatei a experiência da nossa visita em dois aquários: o Aquário de São Paulo, que visitamos em 2013 (post aqui), e o Aquário de Ubatuba, em 2015 (post aqui).
Recentemente, revisitamos o Aquário de São Paulo. Durante a nossa primeira visita, nossa primogênita estava com 3 anos de idade. Desta vez, ela está com 11 e nossa caçula com 5 anos de idade.
Focas 
Focas
Sempre tive em mente que este tipo de passeio contribui para o desenvolvimento da criança, controla o estresse (o nosso e o deles) e aprimora a habilidade de aprender. Afinal de contas, o contato físico com o que aprendem nos livros estaria reforçando o aprendizado escolar. Além de que, sempre tive a ideia de que estes são espaços ideais para exploração e, de quebra, diversão da criança.
O Aquário de São Paulo, inaugurado em 2006, possui 15 mil m² de espaço e dois milhões de litros d’água que abrigam quase três mil exemplares de cerca de 300 espécies de animais. De 2013 para cá, o Aquário nos trouxe algumas novidades, como o Jurassic Aquarium.
O Jurassic Aquarium é um circuito feito em trilho com carrinho em que estão dispostos robôs e estátuas grandes de dinossauros. O circuito é bem curtinho (dura menos de 5 minutos), mas foi o suficiente para as crianças se arrepiarem.
Mas, a grande novidade para nós foi uma outra parte do passeio que se abre a partir daí, com animais tipicamente brasileiros e de outros países, como África, Indonésia e Austrália. A área é bem bonita e surpreende os visitantes.
Suricata (África) 
Cangurus (Austrália)
Também fomos surpreendidos ao encontrar um novo espaço de alimentação. Almoçamos no local e, por um preço justo, fomos servidos de prato comercial acompanhado de bebida.
Restaurante 
A partir do restaurante, se abre uma nova área: o Aquário Abaixo de Zero. Há Cine 7D (fechado durante a pandemia do novo coronavírus). E, é lá que encontramos ursos polares. Gigantescos e lindos, como não poderia deixar de ser, em um espaço em que podem “andar” e “nadar”. Também é possível visualizar os ursos pelos visores do andar inferior, que dá para o tanque deles.
Urso Polar 
Urso Polar
Mas, foi neste momento, que algo me chamou a atenção! Pensando no tamanho dos bichos, o espaço não é grande, podemos considerar que é bem pequeno, inclusive, para o porte deles. É como se trancassem um humano num quarto pensando na proporção do corpo humano. E quem me chamou a atenção para isso foi o comportamento dos próprios ursos, que visivelmente estressados, andavam de um lado para o outro, abrindo a boca constantemente, se esfregando nas paredes e olhando para o alto, como se procurassem uma maneira de sair do cativeiro.
Curiosa, procurei pela descrição dos animais e a encontrei bem próximo dali, no final do vidro pelo qual podemos ver os ursos. Seus nomes são Peregrino, que nasceu já em cativeiro, e Aurora, que foi resgatada após perder a mãe e que, por isso, “não teria como se defender sozinha na natureza”.
As crianças adoraram o passeio, mas, desde então, fiquei com esta pulga atrás da orelha. Saindo de lá, procurei na Internet sobre o comportamento dos ursos polares, mas não encontrei muita coisa. Assim, mandei uma mensagem para o Rafael Tortella, via Instagram, relatando o caso e perguntando se nada podemos fazer para ajudar àqueles ursos polares.
Rafael Tortella é vegano e ativista pelos animais e respondeu minha mensagem dizendo que a história desses ursos polares é um horror e que tentaram, na época, impedir que eles viessem para cá. Na mensagem ressaltou que o Aquário de São Paulo pincela como benevolência o que na verdade se trata de lucro através da exploração dos animais.
O comportamento dos ursos polares no Aquário de São Paulo e o Rafael Tortella me ajudaram e tomar consciência sobre o fato de que lugares assim não deveriam existir. Contudo, lugares assim existirão enquanto lucrarem com o sofrimento dos animais. A única forma de não perpetuar com esta exploração é não contribuir com o nosso dinheiro e incentivar outras pessoas a não contribuírem com o dinheiro delas também.
Em continuidade à conversa com Rafael Tortella, ele citou sobre aquários e zoológicos deseducar as crianças, pois ensinam que o ser humano tem domínio sobre outras espécies e podemos aprisionar os animais como bem entendemos, para nossos próprios interesses e entretenimento.
Infelizmente, não podemos fazer nada por àqueles animais, pois é algo legalizado, o Estado de São Paulo protege e a sociedade aceita.
O que está nas nossas mãos é denunciar os absurdos e conscientizar (como estou tentando fazer com este post), mudando a percepção da sociedade. Também devemos esclarecer para nossas crianças, que são a geração do futuro, sobre o respeito pelos animais, os ensinando sobre empatia.
Desde o início do Blog Desafio Mamãe, em 2013, relatei a nossa experiência ao visitar 15 locais onde há “fazendinhas” e 2 zoológicos. Muitos destes lugares, poderiam SIM sobreviver sem a exploração dos animais. Mas, este é assunto para um outro post.
O slogan do Blog Desafio Mamãe é “Porque a maternidade é um desafio diário”. E, não é? Mas, estamos aqui para evoluir, descontruir e reconstruir. Parafraseando Woody Allen, nossa cabeça é redonda para permitir ao pensamento mudar de direção.
Assim, de agora em diante, a ideia é instruir minhas filhas e nunca mais contribuir (através do nosso dinheiro) com empresas que prendem animais para nosso entretenimento (e interesses próprios, claro). Vem comigo?
Lista de passeios com crianças abertos em São Paulo, capital, sem aprisionamento de animais:
Elevado Presidente Costa e Silva – o Minhocão
Sextou com compaixão pelos animais!
Um abraço,
Mari Marchesin 
