Passeio de trem da Serra do Mar do estado do Paraná com crianças

17 de Fevereiro de 2023

Não vamos deixar a tradição morrer! Sexta-feira é dia de post com dica de passeio e/ou viagem com crianças. Neste caso, um passeio com crianças para quem mora em Curitiba e uma dica de viagem com crianças para quem reside em outras cidades, como nós, que moramos na capital de São Paulo. A dica de hoje é o passeio de trem da Serra do Mar do estado do Paraná.

Nossa primogênita passeou de trem pela primeira vez aos 2 anos de idade quando fizemos o passeio de Maria Fumaça a partir da Estação Emílio Ribas, em Campos do Jordão, São Paulo. Posteriormente, a levamos para um passeio de trem mais longo, quando ela tinha 5 anos, como relatei neste post. Por conta da pandemia da Covid-19, levamos a Maria Julia para passear de trem pela primeira vez somente aos 6 anos de idade. Para seu primeiro passeio, escolhi o passeio de trem mais bonito do Brasil e um dos mais espetaculares do mundo, segundo avaliação do jornal britânico The Guardian e do norte-americano The Wall Street Journal.

O trem da Serra do Mar está presente desde 1997 no turismo do estado do Paraná, que atualmente conta com 5 vagões, com capacidade total para mais de 1.200 passageiros. Durante o passeio, que dura cerca de quatro horas, a velocidade máxima permitida é de aproximadamente 30 km/h.

Mas, antes de embarcar com a gente nessa viagem, que tal conhecermos um pouquinho da história da estrada de ferro que liga Curitiba e Paranaguá?

Vista do passeio de trem da Serra do Mar do estado do Paraná

Estrada de ferro que liga Curitiba e Paranaguá

De acordo com a Wikipédia, a estrada de ferro foi projetada em 1870 e construída entre 1880 e 1885. Com 110 quilômetros de trilho possui 14 túneis, 30 pontes e viadutos, além de 10 estações intermediárias. A estrada encontra-se sob operação da Rumo Logística, com transporte diário de carga, e um trem turístico operado pela Serra Verde Express.

Antes da ferrovia, por mais de 200 anos a única ligação entre o litoral e o planalto paranaense era a Estrada da Graciosa (uma estrada linda que conhecemos durante nossa viagem para Ilha do Mel), inicialmente uma trilha aberta pelos indígenas, posteriormente calçada.

Participaram da construção da estrada de ferro que liga Curitiba e Paranaguá nove mil trabalhadores, em condições de trabalho desafiadoras (área pantanosa e sujeita a alagamentos), sem estrada para facilitar o transporte. Mas, fiquei feliz em saber que a construção foi feita sem o uso de mão de obra escrava, apesar da escravidão ainda ser vigente na época.

A estrada foi construída com aço belga e trazido de navio ao Brasil. Em 1883, menos de cinco anos após o início das obras, o trecho Paranaguá-Morretes é inaugurado em cerimônia com a Princesa Isabel.

O trem de turismo

Em 1997 nascia a Serra Verde Express, um empreendimento que administra o transporte de passageiros que liga Curitiba a Paranaguá. Até então, o serviço era gerido pelo Governo Federal por meio da Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA).

Com isso, o roteiro se tornou o segundo principal atrativo turístico do Paraná, atrás apenas da cidade de Foz do Iguaçu. Em 2008, a Serra Verde Express lançou o primeiro trem de luxo do país (Litorina Luxo), com jantar e música ao vivo. Além dele, há outras 2 opções de classe, a Turística e a Boutique.

Para o nosso passeio, escolhi um dos quatro vagões Boutique, o Barão do Serro Azul, que tem como homenageado o histórico político e empresário do Paraná e possui varanda panorâmica. Escolhi este vagão principalmente por ter varanda, já que quatro horas me pareceu um longo período para ser feito sem parada com crianças e a varanda amenizaria a necessidade de ficarmos sentados durante todo o trajeto.

O vagão Barão do Serro Azul é climatizado, possui decoração temática, janelas panorâmicas, serviço de bordo, poltronas confortáveis, espumante de boas-vindas e acompanhamento de guia bilíngue, além da varanda. Afora o Welcome Drink, estava incluso no nosso passeio lanche e bebidas à vontade (água, café, chá, refrigerante e cerveja).

Bilhete Curitiba – Morretes (porque escolhemos o passeio sem transfer, sem almoço e sem retorno)

Há a possibilidade de viajar de Curitiba a Morretes e fazer o caminho inverso, de Morretes a Curitiba (com pôr do sol). Também há a possibilidade de comprar o passeio completo, com transfer de ida e volta do hotel ou residência e almoço incluso em Morretes.

Contudo, optamos por comprar apenas os bilhetes para o passeio de trem pelo trecho paranaense da Serra do Mar. Por estarmos com crianças e “turistando” por Curitiba, dispensamos o transfer e preferimos ir com o nosso próprio carro até a Estação Rodoferroviária de Curitiba para o embarque às 08h30. A dica aqui é: chegue no horário, mas não precisa “correr” para embarcar, os lugares são demarcados.

Optamos por pagar a parte pelo nosso almoço em Morretes para termos livre escolha de restaurante e pratos. Meu esposo pediu o prato típico, barreado. Mas, escolhi outra opção e as crianças ficaram com os pratos kids.

Utilizamos como transporte rodoviário de Morretes a Curitiba uma van, contratada na Estação Rodoferroviária de Curitiba, pouco tempo antes do embarque no trem. Lá, fomos abordados por diversas empresas oferecendo o serviço.

Embora o passeio pela milenar estrada de ferro Curitiba – Paranaguá, vencendo pontes, viadutos, túneis e apreciando cenários incríveis de cachoeiras e vegetação exuberante tenha sido incrível, retornar de trem seria muito cansativo (tanto para as crianças como para nós, adultos). Por isso, optamos por voltar de van.

Quer saber se o passeio de trem da Serra do Mar paranaense vale a pena? Sim, vale muito a pena! Este é um dos dez passeios de trem mais lindos do mundo, segundo o jornal britânico The Guardian.

Compre seus ingressos clicando aqui.

Morretes

Morretes

Morretes é uma charmosa cidade entre a Serra e o litoral do Paraná, a 70 km de Curitiba. Repleta de casarões preservados e restaurantes e, como já contei, com o barreado como prato típico. Chegamos na cidade com chuva e entre tantas opções, almoçamos no restaurante Nhundiaquara.

A arquitetura do restaurante nos chamou a atenção. O prédio faz parte do “Cartão postal de Morretes”. As paredes da área principal, remanescentes do século XVIII, que serviram os primeiros moradores, estão conservadas, sendo hoje a mais antiga construção da cidade.

Este mesmo prédio já funcionou como cassino, escola, fábrica de meias, centro espírita, sede da repartição geral dos telégrafos e desde 1945 o hotel e restaurante Nhundiaquara.

Endereços:

Estação Rodoferroviária de Curitiba
Avenida Presidente Affonso Camargo, 330 – Jardim Botânico, Curitiba – PR

Hotel e Restaurante Nhundiaquara
Rua General Carneiro, 13 – Centro, Morretes – PR

Agora que você já conhece os detalhes e se inteirou da nossa experiência, bora viajar no tempo num passeio de trem da Serra do Mar do estado do Paraná?

Um abraço,

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