Vamos falar novamente sobre Criação com apego, como prometi neste post? De acordo com a API – Attachment Parenting International, o primeiro princípio é: Preparando para a Gestação e Nascimento.

“A extraordinária jornada da nova vida é uma experiência positiva e transformadora. A gestação oferece aos pais uma oportunidade de se preparar física, mental e emocionalmente para a paternidade. Tomar decisões embasadas sobre o nascimento, cuidados com o recém-nascido, e sobre práticas de criação são um investimento crítico no relacionamento com apego entre pais e filhos. A educação é o componente chave da preparação para as decisões difíceis que os pais precisarão tomar. E isso é um processo contínuo, uma vez que cada estágio de crescimento e desenvolvimento traz novas alegrias e desafios.

Durante a preparação para o nascimento de um filho, é fácil ser pego nas coisas materiais associadas à gestação, nascimento e cuidados com o recém-nascido. Pequenas roupas para bebês, a última moda em roupas para gestantes, e utensílios para bebês podem ser parte da preparação para o bebê, mas o mais longo investimento na preparação envolve tornar-se informado, de maneira que você possa criar um ambiente pacífico e amoroso, no qual uma nova vida irá nascer, crescer e ser cuidada.

Preparando para a Gestação e Nascimento

  • Reflita sobre experiências na infância e crenças atuais sobre paternidade
  • Explore filosofias de criação
  • Trabalhe nas emoções negativas sobre a gravidez
  • Prepare-se fisicamente para a gravidez; coma alimentos nutritivos, faça exercícios regularmente, evite stress sempre que possível
  • Explore tipos diferentes de planos de saúde e opções de parto. Considere ler “Ten Questions to Ask” e “Ten Steps” da Coalition for Improving Maternity Services, e também a Baby Friendly Initiative website da UNICEF
  • Reafirme o relacionamento forte e saudável com o seu parceiro(a)
  • Estude sobre a amamentação
  • Esteja alerta e fisicamente ativa durante o parto
  • Pesquisar todos os aspectos das “rotinas” para cuidados com o recém-nascido como banho, circuncisão, colírios, exames de sangue, coleta de sangue do cordão umbilical, etc. Registre as suas preferências e compartilhe-as com os profissionais de saúde que lhe assistirão
  • Prepare-se para ter uma ajuda extra nas primeiras semanas após o parto
  • Considere uma doula para o parto e/ou pós-parto
  • Esteja preparada para fazer as seguintes perguntas caso uma situação inesperada ocorra no parto ou com o recém-nascido:
    • Quais são os benefícios dessa intervenção, e o que os seus instintos estão lhe dizendo?
    • Quais são os riscos e possíveis resultados, caso eu escolha fazer isto, ou caso eu escolha que não?
    • Quais são as outras opções?
    • Quanto tempo tenho para tomar uma decisão?

Preparando para Tornarem-se Pais

  • Instrua-se continuamente sobre os estágios de desenvolvimento
  • Defina expectativas realistas para ambos os pais e o filho
  • Converse sobre as suas preocupações, antes que elas virem crises
  • Mantenha-se flexível!
  • Informe-se sobre as opções de ensino
  • Resolva quaisquer questões sobre a sua própria infância, procurando ajuda profissional se você foi negligenciado ou submetido a abusos”

Fonte: Preparando para a Gestação, Nascimento e Criação

O Blog Desafio Mamãe foi criado em setembro de 2013 com o principal intuito de compartilhar resenhas de produtos para alérgicos à proteína do leite de vaca e informações sobre esta alergia. No entanto, foram incorporados diversos assuntos relacionados ao universo infantil. Com isso, escrevi diversos posts sobre nossas práticas de criação.

Mãe de primeira viagem, hoje vejo o quanto alguns assuntos não foram explorados como deveriam durante a gestação e somente descobertos após o nascimento da minha filha. Falando sobre “as emoções negativas sobre a gravidez”, escrevi o post Blues puerperal,  que revela o sentimento de melancolia, tristeza e fortes alterações de humor que atinge muitas mulheres logo após ao nascimento do bebê e o post Desmame precoce, que fala sobre a ansiedade pós-parto.

Alguns posts foram escritos sobre a preparação física para a gravidez (e até psicológica),  começando por “O planejamento do nosso bebê” e seguindo com: “Exames pré-concepcionais“, “Ácido fólico” e “Prevenção de Estrias“.

E falamos aqui sobre partos também, através dos posts Tipos de partos, Normal ou Cesárea e O meu relato de parto.

Quando meu marido e eu voltamos da maternidade num sábado de manhã, recebemos muitas visitas não programadas, e eles ficaram até por volta das 22 horas. Confusos e cansados, respondi que não precisava de ajuda quando minha mãe perguntou se gostaríamos que ela ficasse, o que não imaginávamos é que precisaríamos sim de ajuda extra nas primeiras semanas após o parto. Nossa filha chorou durante toda a noite. Exaustos e inexperientes fizemos de tudo para que ele dormisse, mas isso aconteceu somente às 5 horas da manhã. Ela despertou às 8h e após os primeiros cuidados com ela naquele dia, corremos chamar minha mãe para nos ajudar. E graças a Deus, pude contar com sua ajuda durante as primeiras semanas até que me sentisse mais forte e capacitada para cuidar do nosso bebê.

Sobre amamentação escrevi o post Livre demanda, a qual não pratiquei por falta de informação. Se você precisar, não hesite em procurar ajuda, há instituições como Anjos do Leite e Matrice.

Por fim, sobre os estágios de desenvolvimento, é uma tarefa diária. Uma tarefa muitas vezes divertida e algumas vezes estafante. Tarefa que me faz feliz em exercê-la com apego.

Primeiro princípio da Criação com apego: Preparando para a Gestação e Nascimento

Um abraço,

Mari.

Há 15 dias publiquei as fotos de uma festa linda com o tema Angry Birds (aqui) e na introdução do post escrevi que o tema tem conquistado o coração dos meninos. Então, recebi alguns comentários questionando o porquê da citação meninos quando o tema também tem conquistado o coração das meninas. Achei justo o questionamento e respondi que citei meninos pelo fato do tema ser mais comumente escolhido para os aniversários de meninos, o que não significa que algumas meninas também tenham escolhido o tema.

Além disso, citei que Angry Birds pode ser um tema masculino para facilitar a busca na web das pessoas interessadas em temas de festas para meninos, uma vez que a internet está repleta de opções de temas de aniversários para meninas, começando pelas princesas: Branca de Neve, Cinderela, Rapunzel e etc.

Foi então que refleti e decidi escrever sobre o fato de algumas cores, brinquedos e brincadeiras serem “de menina” e outras serem “de menino”. Procurando na web, descobri que esta referência não é biológica ou psicológica, mas do marketing. Até o fim do século 19, tintura de tecido era cara, portanto os pais não se preocupavam com isso. A definição das cores “certas” para cada gênero surgiu só no início do século 20, e era o inverso da atual. Um catálogo de roupas dos EUA de 1918 dizia que o rosa, por ser mais forte, era adequado aos garotos. E o azul, por ser delicado, às garotas! E foi só entre 1920 e 1950 que as lojas começaram a sugerir azul para eles e rosa para elas, como forma de agitar as vendas. Essa imposição social tem sido reforçada desde então. “A afinidade com alguma cor não determina personalidade ou sexualidade”, diz a psicanalista Fani Hisgail. (Fonte: revista Mundo Estranho)

Antes de completar 4 meses de gravidez, a médica nos disse que a chance de termos um menino era de 70%, e embora tenha nos dito que dificilmente erra, sugeriu que não comprássemos nada para o enxoval nas cores azul ou rosa. Mas, como não resisti, comprei alguns itens azuis e guardei a nota fiscal para caso precisasse trocar um deles. Com 5 meses, em novo ultrassom, descobrimos que esperava por uma menina (Assista a Baby Story da Maria Eduarda clicando aqui). Assim, corri trocar os itens azuis por itens rosa ou lilás. Foi mecânico? Sim. Levei em consideração que a cor independe da sexualidade? Não.

Ganhei macacões azuis e verdes escuros e os vesti em minha filha sem problemas. Permito que ela participe de brincadeiras “de meninos” e use brinquedos “de meninos” também sem problemas. Pintei as paredes do seu quarto de amarelo, não de rosa. Mas, é comum que eu a vista com roupas cheias de fitas e laços estereotipadas para meninas. A maioria dos seus brinquedos são da cor rosa e pink. Porém, tenho plena consciência que o gosto por brinquedos (e brincadeiras) é adquirido socialmente, e não algo inato.

O azul, o rosa e as outras cores na infância

Minha filha com 7 dias usando macacão “de menino”

Num mundo perfeito, os pais e a sociedade não deviam se preocupavam com as cores, brinquedos e brincadeiras determinadas para cada sexo. A infância é unissex. O sexo deveria ser determinado só na idade adulta caracterizado pela atração física e afetiva. Mas, e o marketing?!

Um abraço,

Mari.

Sempre fui uma mãe muito apegada à filha. Desde que nasceu, por exemplo, meu marido e eu a deixamos somente duas vezes aos cuidados de outras pessoas para passearmos a sós, e isso aconteceu quando ela estava com 4 anos. Quando a licença maternidade terminou e precisei voltar a trabalhar, sofri muito. E, quando optei por deixar a babá e a matriculei no berçário, também senti meu coração fora do corpo (leia mais, aqui). Por isso, no dia oficial de volta às aulas de muitas escolas, como a da minha filha, contarei como é esta experiência para mim.

Digo “é esta experiência” e não “foi esta experiência”, pois todo início de ano, sabendo que nossos pequenos enfrentarão novos desafios, dá aquele friozinho na barriga. Minha filha não mudou de escola e está certa que encontrará os amigos do último ano letivo, mas haverão mudanças importantes como a troca de sala, professora, novos amigos e novas atividades. Enfim, atrelado ao sentimento de novidade (que naturalmente é incerto), também nos damos conta do quanto nossos pequenos estão crescendo e ampliando seus horizontes.

Volta às aulas

Aqui em casa, vou preparando o “terreno” para o primeiro dia de aula. Vou avisando com uma semana de antecedência que o momento da volta às aulas está para acontecer. E permito que ela participe de todo o processo: compra do material (post completo, aqui), tarefa de etiquetar o material, compra da mochila e lancheira, compra dos lanchinhos, arrumação da mochila e separação do uniforme que será usado no primeiro dia de aula. Gostaria de tê-la levado na reunião de pais que antecede o primeiro dia de aula, mas ela preferiu ficar com o pai e eu a respeitei.

Participando deste processo, a tendência é que a criança desperte o interesse para a volta às aulas. Outro dia minha filha sonhou com uma das amigas e disse sentir saudades. Como filha acaba de completar 5 anos, sua segurança e maturidade é maior do que das crianças menores, principalmente daquelas que ingressaram na escola com 3 ou 4 anos. Mas, é importante passarmos confiança para que a mesma se sinta segura durante todo o processo de adaptação.

E, o melhor termômetro para averiguarmos se a criança está gostando da escola é a própria criança. Se ela vem contente da escola, se mostra entusiasmada para ir para a escola e se durante as conversas em casa fala das pessoas que encontra da escola, é um bom sinal que gosta do ambiente escolar e se sente querida pelos profissionais e amigos. Há um ano conheci a filosofia humanista, quando matriculei minha filha na atual escola, e estou muito contente com a escolha, pois escolas conhecidas como humanistas têm a preocupação com as pessoas e os grupos sociais, facilitando e enfatizando assim o relacionamento interpessoal no ambiente escolar.

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Quer ler mais sobre o assunto? Consulte o especial de volta às aulas da Revista Crescer, clicando aqui.

Um abraço,

Mari.