A relação entre irmãs

14 de setembro de 2017

Eu tenho uma irmã. A minha irmã é 5 anos mais velha que eu. E, embora a gente seja extremamente diferente em termos de gostos e comportamentos, ela sempre foi um exemplo para mim. Ela foi exemplo em atitudes e realizações. Ela foi e fez algumas coisas que eu, 5 anos mais nova, admirei, gostei e segui pelo mesmo caminho.

Irmãs

Minha irmã e eu num momento fofura

Irmãs

Minha irmã e eu num momento irmãs

Um ano e meio depois que meu marido e eu nos casamos, engravidei da Maria Eduarda. Na época, imaginei que só teríamos ela. Quando ela tinha quase dois aninhos começou a falar e formar frases curtas. Então, um dia, ela chegou da escolinha e me perguntou: Cadê irmão? E eu acredito que esta pergunta tenha surgido porque na escolinha em que ela ficava haviam alunos irmãos. E ela então perguntou, onde estaria o seu irmão.

A princípio não queríamos outro filho, mas quando a Maria Eduarda completou 3 anos sentimos muito vontade de termos outro bebê. E contei como foi essa espera e decisão no Baby Story da Maria Júlia (assista aqui). O desejo foi nosso, pensando principalmente que no futuro a Maria Eduarda não teria ninguém para acompanhá-la quando meu marido e eu não estivermos tão ativos assim. Mas, sempre soubemos do desejo da Maria Eduarda em ter um irmão ou uma irmãzinha. Quando a Maria Eduarda estava com 6 anos, a Maria Júlia nasceu. E, desde o nascimento da Maria Júlia, nunca tive tanta certeza de que tínhamos feito a escolha certa.

Irmãs

E, o amor da Maria Eduarda pela irmã surgiu antes mesmo da Maria Júlia nascer, quando ainda era um peixinho na barriga da mamãe (parafraseando a letra de uma música do Palavra Cantada que adoro). E este amor é muito visível na Maria Eduarda, ela tem dado demonstrações muito sinceras de amor pela irmã e isso me emociona muito, porque ela é uma criança inocente e o seu amor é o mais puro deste mundo. Ela deu demonstrações de amor através de desenhos, começou a escrever o nome da irmã e a Maria Júlia é assunto na escola.

E, ao mesmo tempo que ela ama muito a irmã, é natural que ela sinta ciúmes, é natural que exista competitividade em alguns sentidos, mesmo desde muito pequenas. Não raro, ela trola a irmãzinha. Acaba fazendo coisas na irmã para dar risada. Como por exemplo, colocar uma tiara com antenas na Maria Júlia, rir porque a irmã não sabe o que está acontecendo (aparentemente) e por sentir que exerce certo poder sobre a irmã ainda tão pequena.

Hoje a Maria Eduarda está com 7 anos e a Maria Júlia está com 1 ano e 6 meses. E dar uma irmã para a Maria Eduarda foi a melhor coisa que poderíamos ter feito por ela.

Crédito: material inédito do filme “O Começo da Vida”, por Maria Farinha Filmes.

Um abraço,

Textos maternos e paternos me fazem chorar e refletir. Na última semana, um texto de Marcos Piangers, chamado “Compra, pai”, me abriu algumas caixinhas. O texto fala que as crianças não nascem sabendo o valor das coisas e os adultos também não. Me emocionei com o texto, e refleti sobre o assunto.

Preços x Valores na infância

Sim, adoro festas infantis e não dou a mínima para levá-las agora para a Disneylândia. Com uma filha de 7 e outra de 1 ano, acredito que cantar parabéns ao redor de um bolo de aniversário marcará para sempre suas memórias afetivas, muito mais do que uma viagem em que elas poderão fazer mais para a frente.

Sim, tenho pavor de ficar longe delas durante a noite. Se por muitos anos elas poderão dormir fora de casa, porque abrir mão agora do leitinho quente antes de ir para a cama, das brincadeiras, beijos e abraços antes do “boa noite”?

Sim, já dei presentes caros para as meninas, mas tão poucos que posso contar nos dedos. Procuro presenteá-las com carinho, “festinhas” e passeios, porque estes significam presença.

Sim, sou aquela mãe que deixa as crianças porque precisa trabalhar fora para lhes proporcionar uma vida melhor, pago pelos seus estudos,  mas que aproveita com qualidade o tempo em que estamos juntas e que não desgruda delas nas férias, finais de semana e feriados.

Sim, sou aquela mãe que sofre por termos de passar um período separadas e que sente um nó na garganta aos domingos a noite por saber que nos próximos dias ficaremos menos de 24 horas juntas.

Sim, elas possuem roupa e calçados de qualidade, mas não tenho “baby Gap” ou filha “mini fashionista”. Não faço questão.

Se não for para criar minhas filhas sem egoísmo, não saberia como criá-las e educá-las. O bem estar e a alegria das minhas filhas vem antes de tudo e elas são sim minha prioridade. Esses são os meus valores. Alguns chamariam de criação com apego, e talvez seja, mas antes de tudo, criação com muito amor.

Um abraço,

Mãe de duas, já vivenciei o término de duas licenças maternidade. Sei o quanto sou privilegiada por ter tido duas licenças maternidade de 180 dias, que somando às ferias, totalizaram 210 dias de licença. Contudo, das duas vezes, foram os quase 7 meses mais rápidos da minha vida. Digo quase pois da minha primeira filha saí de licença faltando 15 dias para o parto e da minha segunda filha saí de licença faltando cerca de 10 dias para o parto. Portanto, tive de encarar de frente, por duas vezes, a difícil decisão de continuar ou não trabalhando fora de casa.

Para mim, o momento do retorno ao trabalho é um dos momentos mais difíceis da maternidade. Mais difícil do que ficar longe delas por muitas horas do dia, só quando passam por um problema de saúde.

Mas, depois de alguns meses após a volta ao trabalho, sinto que a decisão foi acertada, como contei em um dos textos que mais gosto do blog “Mamãe em tempo integral”.

Contudo, tirando a saudade de carregar o bebê nos braços durante todo o dia, por que nos sentimos tão culpadas por voltar a trabalhar? Porque a sociedade cobra que a mulher pare de trabalhar para cuidar dos filhos, independente se esta mulher pode contar com a ajuda da família na criação dos filhos, independente se esta mulher e seus filhos são financeiramente dependentes do seu trabalho, independente se esta mulher gosta e se realiza trabalhando fora, independente se esta mulher possui tempo de qualidade com os pequenos.

E, após engravidar do segundo bebê, percebo que esta cobrança foi e é ainda maior: “Ahhh, agora você para de trabalhar, nééé? ”

O fim da licença maternidade

Contudo, optar por voltar a trabalhar após o fim da licença maternidade não se trata de “economizar”, viver sem “luxo”, trata-se da mulher ocupando um espaço pelo qual gerações de mulheres lutaram para ocupar. Trata-se de garantir qualidade em saúde e educação para seus filhos (serviços caros no país em que vivemos e que pressupúnhamos ser dever do Estado). Trata-se de garantir o sustento da família caso algo aconteça com o outro que hoje se responsabiliza por isso. E, muitas vezes, trata-se de ter uma renda para ajudar a sair de um relacionamento abusivo.

Com certeza, o fim da licença maternidade foi difícil para mim e para tantas outras mulheres. No domingo a noite dói o peito ao lembrar que por tantas horas da semana que se inicia estaremos longe dos nossos bebês. Mas, trago a minha primeira experiência como mãe da Maria Eduarda para aliviar o coração: com o tempo as peças do quebra-cabeça que parecem ter se perdido com o nascimento do bebê são encontradas e se encaixam. Uma nova rotina é estabelecida e não deixaremos de vivenciar as descobertas do bebê, o vínculo entre mãe e filho são reforçados a cada dia para sempre e o tempo ao lado dos nossos pequenos se tornam tão preciosos que os vivemos com intensidade e dedicação de quem sabe o quão esses momentos são valiosos.

Um abraço,