Peguei o novo coronavírus. E agora?

11 de Janeiro de 2021

Ao escrever o último post do ano de 2020, fiz a retrospectiva do Blog Desafio Mamãe e iniciei o artigo falando sobre a Covid-19. O que não imaginei, é que havia pego a Covid-19. Isso mesmo. Hoje, revelarei como peguei o novo coronavírus, quais sintomas senti e como minha família e eu lidamos com a doença.

Crédito da imagem: Freepik

Fui internada para uma cirurgia eletiva em um dos hospitais da cidade de São Paulo classificado pelo Ministério da Saúde como destaque na promoção de saúde. E, provavelmente, foi lá que peguei o novo coronavírus.

Sobre a cirurgia realizada:

Em abril de 2015 senti a primeira forte dor dos lados direito e esquerdo da barriga revelando-se cistos hemorrágicos. Quase três meses depois, o diagnóstico de endometriose estava confirmado. Contudo, engravidei no mesmo ano, me preparando para a cirurgia para remover as lesões de endometriose.

Mesmo sendo comum ouvir pessoas dizendo que a gravidez é uma possibilidade de cura para a doença, a endometriose não tem cura. Por isso, em 2019 voltei a sentir dores tão fortes quanto àquelas que sentia no ano da descoberta da doença.

Assim, no início de 2020, dei andamento aos exames necessários para retirar (ou queimar) o tecido endometrial que se encontrava danificando outros órgãos através de cirurgia. Mas, com o decreto municipal que colocou todos em isolamento social, acabei adiando o procedimento cirúrgico.

Em outubro de 2020, tivemos o anuncio por parte do governo estadual de que a Grande São Paulo e mais cinco regiões avançaram para a fase verde do plano de reabertura da economia durante a pandemia do coronavírus. Mais segura, voltei ao médico para o agendamento da cirurgia.

No final do mesmo mês, foi anunciado o aumento da instabilidade da pandemia. Mas, como a minha cirurgia estava agendada e autorizada pelo plano de saúde, não cogitei a hipótese de suspender (novamente) a cirurgia agendada.

Exames refeitos, em 18 de dezembro foi realizada a cirurgia para remoção das lesões de endometriose. Durante o mesmo procedimento cirúrgico, foi realizada a colecistectomia, retirada da vesícula biliar.

Conforme solicitação médica, dois dias antes da cirurgia realizei o exame de PCR e o resultado foi negativo.

Durante os três dias e duas noites em que estive no hospital, fiz uso de máscara do momento da minha chegada até a realização da cirurgia. Sentindo os efeitos colaterais das anestesias, fui dispensada do uso de máscara, recolocando-a somente no momento da alta. Por isso, acredito que foi lá onde peguei o novo coronavírus.

Os sintomas da Covid-19:

Tive alta do hospital em 20 de dezembro. E, embora tenha sentido falta de ar em alguns momentos, como durante o banho ou quando caminhava ou subia escadas, imaginei que seriam efeitos colaterais da cirurgia. Fazendo o repouso recomendado pelo médico, me sentia melhor a cada dia.

Foi então, cinco dias após a minha alta hospitalar, no Natal , que senti o primeiro sintoma: muito frio. Uma sensação diferente de todas que já havia sentido. Sentia meu corpo todo tremendo, sem tremer. Medi minha temperatura e estava, 36,5º C. Passado algum tempo, medi novamente e estava 36,9º C. Como uma das prescrições médicas pós-cirúrgica foi antitérmico em caso de febre, tomei a medicação receitada pelo cirurgião e cerca de uma hora e meia depois o frio passou dando lugar à muito calor. Sentia minhas pernas queimarem.

Sem desconfiar de que pudesse ter pego o novo coronavírus, passei o próximo dia bem, de repouso. No entanto, no final do dia, me dei conta de que havia perdido o olfato/paladar. Foi então que busquei no Google mais informações a respeito e encontrei uma matéria do Uol (link aqui) que diz: “A perda do olfato que pode acompanhar o coronavírus é única e diferente daquela experimentada por alguém com um forte resfriado ou gripe (…). Quando os pacientes com covid-19 apresentam perda de olfato, ela tende a ser repentina e severa. (…) Pacientes com coronavírus que perderam o paladar realmente não conseguem distinguir entre amargo ou doce.

No dia seguinte, tive diarreia e um mal estar muito parecido com aquele que sentimos ao pegar uma virose: cólicas abdominais e náusea. Assim, não pensei duas vezes em procurar atendimento médico no hospital em que realizei a cirurgia dias atrás. No hospital, fui examinada, medicada e refiz o exame de PCR (aquele exame incomodo conhecido como exame do cotonete).

E agora?

Mesmo sem ter alguns dos sintomas muito comuns de pacientes com Covid-19, como febre e tosse seca, fiquei apavorada e passei a usar máscara durante todo o dia (tirando apenas para tomar banho e dormir) mesmo antes da confirmação através do exame de PCR. Procurei me distanciar do meu marido e das crianças.

Mas, é muito difícil cuidar de duas crianças mantendo distância sem poder contar com uma rede de apoio, fazendo repouso pós-cirúrgico. No entanto, as crianças entenderam minha situação e se comportaram muito além do que o normal. Ainda assim, cozinhei quando não podia pedir as refeições e, devagar, colocava as coisas no lugar e atendia os pedidos das crianças.

Graças a Deus, nem meu marido, nem as crianças apresentaram sintomas do novo coronavírus.

Felizmente, pude me afastar do trabalho por mais uma semana, além do período pós-cirúrgico solicitado pelo médico para recuperação da Covid-19. Felizmente, as crianças estão de férias escolares e não precisei me preocupar com as aulas online.

Mas, alguns compromissos foram cancelados, para respeitarmos o isolamento social a fim de evitarmos a transmissão da Covid-19 para outras pessoas.

Após a experiência, confesso ter ficado ainda mais assustada com os sintomas desta doença que vem somando vítimas em todo o planeta. E, minha família e eu, que vínhamos fazendo alguns passeios tomando cuidados como uso de máscara e álcool em gel, aguardaremos mais um pouco até que a vida recomece após a imunização da população contra a Covid-19.

Fiquemos bem! ♥

Um abraço,

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