Intolerância a Lactose

19 de Dezembro de 2013

Durante o mês de dezembro, a Natália Vignoli, nutricionista formada pelo Centro Universitário São Camilo e colaboradora do Blog Vestida de Mãe com dicas de nutrição para mamães durante a gravidez e bebês, dedicará seus posts a chamada “Intolerância a Lactose”.

O primeiro post foi publicado no dia 10 deste mês, com o título “Entendendo a Intolerância a Lactose”, um texto bastante esclarecedor que eu gostaria de compartilhar com vocês.

“Nesse mês, vou dedicar meus posts a chamada “Intolerância a Lactose”! Erroneamente chamada de “alergia a lactose”, esse problema, assim como a doença celíaca, é mais comum do que imaginamos, cerca de 4 milhões de pessoas apresentam esse quadro!

Após o desmame e nos primeiros anos de vida, nossa produção da enzima lactase (responsável pela digestão de lactose, açúcar presente no leite e derivados), vai diminuindo e, em algumas pessoas, cessa por completo. Dessa maneira, quem produz uma quantidade insuficiente da enzima ou não a produz mais, perde a capacidade de digerir leite e alimentos derivados.

A Intolerância varia bastante entre as pessoas, algumas não apresentam sintomas ou desconfortos com certa quantidade de alimentos que contêm lactose e outras, mais sensíveis, não toleram nem “traços de lactose”.

Os principais sintomas são diarréias ou constipação, distensão abdominal, gases, náuseas e sintomas de má digestão, principalmente após consumir alimentos lácteos. Bebês que já nascem intolerantes a lactose, o ideal não é a substituição pelo leite de soja – prática relativamente comum – mas a introdução de fórmulas isentas de lactose ou até hidrolisadas, as quais já apresentam a lactose “digerida”.

Atualmente, existem diversos substitutos ao leite e, convenhamos, quanto a cálcio, fique tranquila! Você deve ter um acompanhamento nutricional e médico, mas a natureza é sábia, ela não iria fazer do leite, a nossa única fonte de cálcio! Esse mineral é encontrado em folhas verde escuras, sementes oleaginosas como amêndoas, semente de melão, melancia, abóbora, girassol e gergelim triturados.

Além dos alimentos lácteos (leite e derivados como queijos, creme de leite e iogurtes), alguns cuidados extras, o intolerante a lactose deve estar atento, principalmente os mais sensíveis: alguns medicamentos e suplementos contêm lactose em suas cápsulas, portanto, peça ajuda ao farmacêutico!

Além disso, alguns alimentos contêm leite, mesmo que “mascarado”, como é o caso de molhos cremosos, sopas cremosas e instantâneas, algumas bolachas e biscoitos recheados, alguns pães e bolos, chocolate ao leite e achocolatado, alguns suplementos para ganho de massa, docinhos de festas tipo brigadeiro, chantilly, maionese industrializada, panquecas, alguns purês e suflês, salgados de lanchonete e margarinas. Vale olhar o rótulo, é obrigatória a informação “Contém lactose” ou “Não contém lactose”.

O tratamento para os intolerantes vai desde uma dieta isente de lactose a doses suportáveis de alimentos lácteos. Hoje existe disponível no mercado, a enzima lactase, assim, quem não resistir a pizza no fim e semana, pode combinar com o seu médico e/ou nutricionista para uma investigação da melhor dose da enzima em cada situação, sem a necessidade de privar-se!

Nos próximos posts, vou dar um exemplo de cardápio e trocas para o dia a dia, além de receitas salgadas e doces sem leite e derivados!”

 

E aproveito a oportunidade para reforçar que a minha filha não possui intolerância a lactose, mas sim alergia à toda proteína do leite de vaca, conhecida como APLV.

Para acessar o post original publicado no Blog Vestida de Mãe, clique aqui!

Um abraço, Mari.

Dia do Compartilhar e a APLV

3 de Dezembro de 2013

Na escola em que a minha filha estuda atualmente, uma vez por mês, existe o Dia do Compartilhar. Neste dia, um aluno é escolhido (revezamento) para levar um lanche coletivo. O responsável por este aluno deve preparar o lanche em companhia da criança, para que o mesma se sinta incluída no processo e aprenda a dividir o lanche preparado com os demais colegas da sua turma.

O lanche do Dia do Compartilhar não substitui o lanche levado pelas crianças diariamente, é apenas um momento de descontração onde o ato de dividir é reforçado.

Há cerca de três meses atrás, foi a vez de a minha filha preparar o lanche do Dia do Compartilhar. E, com a sua alergia à proteína do leite de vaca, e pelo fato de ainda estarmos sem forno elétrico em casa, decidi preparar gelatinas.

Em copinhos em acrílico para sobremesa com tampa, preparei as gelatinas em duas cores, e as levei para a escola com colheres plásticas descartáveis. O lanche coletivo foi um sucesso!

No site Alergia à Proteína do Leite de Vaca, existe uma orientação sobre lanches coletivos. Olha só, que legal:

Clique na imagem para ampliá-la.

Para os dias em que outra criança é selecionada para o Dia do Compartilhar, pedi para a sua professora que me avise com antecedência caso NÃO seja possível o preparo de alimentos sem leite . Pois, neste dia, não a levaria para a escola.

Até o momento, isentá-la da escola por este motivo não foi preciso. Mas, como mãe, penso ser melhor que a minha filha falte naquele dia, do que isolá-la durante o horário do lanche coletivo.

Acredito que, hoje em dia, a criança com APLV se sinta incluída e completamente normal durante o período que frequenta a escola como qualquer outra criança. Basta os pais terem sempre disponíveis alimentos similares aos que serão oferecidos para ela.

Se você, responsável por uma criança com APLV, precisa de dicas de alimentos que substituam outros alimentos comumente consumidos pelas crianças, temos uma categoria do Blog inteira para você. Clique em “Sem proteína do leite de vaca”.

Abraços, Mari.

O post de hoje é um relato da mamãe Samanta, dona do Blog APLV Sem Neura!, sobre a descoberta da Alergia à Proteína do Leite de Vaca da pequena Helena.

Minha filha é minha luz, tem quase 9 meses, é um bebê maravilhoso na maior parte do tempo – um típico livro-texto com momentos de irritável, pra quem assim como eu gosta da Encantadora de bebês.
Com 30 dias de vida após o inicio da complementação com Nan devido a insuficiência de leite materno, ela evacuou sangue. Procurei o pediatra imediatamente, que me indicou uma gastropediatra, que sugeriu a dieta da exclusão ou o inicio imediato do leite Pregomin – ficamos com a segunda opção. Já quando iniciou não teve mais sintomas. Nos primeiros 20 dias do tratamento tudo estava bem, fezes cinza conforme o esperado e dos outros sintomas, nem sinal. Fez exames de sangue (de rastro) e deram negativos, mas apesar disso a alergista explicou que antes de 1 ano de idade é muito comum que deem falso-negativo e o que importa mesmo é a observação clínica.
Porém minha pequena,  quase 40 dias tomando o Pregomin Pepti, apresentou mudanças.  As fezes tornaram-se menos frequentes, liquidas e muito volumosas quando vinham – a cada 2 ou 3 dias, vazando pela roupa. Contorcia-se algum tempo após mamar, sem conseguir tirar sonecas maiores do que 30 minutos durante o dia.
A gastro diz para sair do Pregomin e ir pro Neocate, mas fiquei em dúvida. Insisti no Pregomin mais uns dias e os sintomas sumiram novamente – hoje acredito que tenha tido contato com o leite, talvez na higiene incorreta dos seus utensílios ou alguma outra infecção, que também afeta as fezes.
Confesso que quando descobri a APLV minha primeira reação foi revolta e tristeza, hoje consigo ver que a alergia é uma oportunidade de reeducação alimentar. Graças a Deus seus sintomas aparecem somente na ingestão e seguimos a vida tranquilamente, adaptando as receitas. Obviamente que espero que ela se cure, mas a alergia não para a nossa vida – claro que pelo fato de não reagir a toque e cheiro tudo é muito mais fácil. Fico muito grata por isso, apesar da alergia, seu caso não é grave e conseguimos viver tranquilamente.
Tenho um blog e procuro colocar nele tudo que acho interessante relacionado à APLV – aplvsemneura.wordpress.com
Agradeço ao convite da Mari e espero você no meu blog!”

Samanta, muito obrigada pelo seu relato, é emocionante!

Um abraço, Mari.